Não tem mais algodão doce...

Hoje, faz uma semana que eu fiquei sabendo da morte do Daniel Azulay...
Quando eu era pequeno, eu assistia ao programa dele, nas tardes da TV Bandeirantes. Eu gostava bastante, me divertia bastante. Ele contracenava com as personagens da Turma do Lambe-lambe, que eram atores fantasiados de animais antropomórficos.
Lembro da Xicória, do Piparote... Acho que esse não era animal, era humano, mesmo...
Minha memória não está vindo. Vou dar uma olhada no LP, daqui a pouco.
Sim, eu ainda tenho o LP. Era uma história do programa entremeada de músicas, com as vozes do elenco. Não ouço há décadas (literalmente). Na época, eu quase furei o disco, de tanto ouvir.

Ei-lo:


(Tomei um susto quando vi que esse disco é de 1980... Eu achava que era depois!)
Lembro que o Azulay ensinava a gente a fazer brinquedos com embalagens de Danone, Yakult... Eu fiz alguns. Nunca fui bom com atividades manuais. Para desgosto das minhas professoras de Educação Artística.
Eu não lembro se passavam desenhos animados, no programa. Mas eu lembro que tinha uma revista em quadrinhos com a Turma, e eu lia.
Também não lembro quando foi que eu parei de assistir. Se foi por o programa sair do ar ou por eu ter crescido.
Muitos anos depois, zapeando canais, já adolescente, topei com um programa dele, num sábado de manhã, não lembro em que canal. Ele estava mais velho, mas com a mesma roupa colorida, os mesmos óculos redondos, o mesmo sorriso.
Outros tantos anos depois, numa Bienal do Livro, eu estava subindo uma escada, meu pai atrás de mim, quando ele me pergunta se eu tinha visto quem tinha passado ao meu lado. Eu respondo que não, e ele diz “Era o Daniel Azulay, que você via na TV!”. Olhei para trás, mas não consegui vê-lo.
E, agora, ele se foi.
Eu ainda não tive coragem de ler nenhuma reportagem. Já vi que ele até tinha um canal no YouTube. Parece que tinha até animação da Turma do Lambe-lambe. Talvez, daqui a alguns dias, eu vá dar uma olhada. Agora, está muito dolorido.
Só sei que foi uma pancada. Aliás, duas: a perda de um símbolo da minha infância e mais um efeito desta maldita epidemia em nossas vidas. Uma pancada daquelas que só a vida sabe dar. Que a vida gosta muito de dar.

Descanse em paz, Daniel Azulay. Obrigado por tudo. E me desculpe por ter crescido (em que pese que isso não foi culpa minha...)

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