500 Dias com Ela (500 days of Summer, EUA, 2009, ***1/2)

A primeira coisa que me motivou a assistir a 500 Dias com Ela foi a sinopse: Tom (Joseph Gordon-Levitt), um rapaz que acredita no amor, por ter crescido ouvindo Smiths, dentre outros, se apaixona por Summer (Zooey Deschanel) - sim, o nome dela é esse mesmo – uma moça que acha que essa coisa de amor é fantasia. Por que isso me chamou a atenção? Mais sobre isso adiante.
O filme, como o nome indica, mostra os 500 dias desse amor, ou melhor da presença de Summer na vida de Tom, mas não linearmente – a película vai e volta no tempo, mostrando os efeitos que ela tem sobre ele: euforia, alegria, tristeza, desesperança, falsa esperança, etc. Tom está apaixonado e quer algo sério, coisa com que a garota não concorda, mesmo gostando dele.
Descrevendo assim, não parece grande coisa, mas o grande lance é como o filme foi realizado. Além da já citada não-linearidade, o diretor (Marc Webb) não se envergonha de usar animação, tela dividida, grupos de dança, preto-e-branco, recursos visuais, enfim, que contribuam para contar a história e mostrar os sentimentos das personagens. A criatividade do filme reside nessa parte, e é isso que faz dele um filme interessante, ao contrário de outras comédias românticas (o recente Novidades no Amor é um bom exemplo disso). Somam-se a isso, claro, as boas interpretações: o elenco realmente captou o espírito de suas personagens, que soam naturais. O único pecado do filme: ele força um final feliz. Sim, eu gosto de finais felizes, mas dá pra perceber claramente que o filme não estava indo naquela direção e alguém fez uma curva repentina bem no final do caminho!
Agora, respondendo à pergunta do primeiro parágrafo: me interessei por esse filme porque ele era uma coisa meio impensado para mim!
Pessoal da minha época, sejamos francos: vocês imaginariam, nos anos 80, em 1989, por exemplo, um filme em que ELA não acredita no amor e ELE acredita? Em que ELA não quer um relacionamento sério e ELE quer? Na boa, se esse filme fosse feito há 20 anos, a situação seria inversa! E pois é: o filme acaba sendo até mais interessante para quem já tem alguma idade, mostrando que, sim, as coisas mudaram, e como mudaram!
De qualquer forma, retrato de época ou não, 500 Dias com Ela vale o ingresso e a pipoca! Boas interpretações, uma realização criativa, um bom equilíbrio entre drama e humor e, antes de que eu me esqueça, uma bela trilha sonora, indo de Smiths à Regina Spektor! Ou seja, hora de desligar o computador e ir ao cinema! Boa diversão!

Comentários